Era uma vez um macaco que gostava dos homens e gostaria de ser um deles. O seu nome era Harry e era muito inteligente. Passava os dias a discutir com os outros macacos a tentar convencê-los que se vivia melhor no meio dos humanos.
O Harry imitava os homens na maneira como eles se vestiam, nos gestos e às vezes às escondidas arrancava alguns pêlos do seu corpo. Um dia, decidiu partir e os seus companheiros atiraram-lhe bananas e cocos e mandaram-no embora. Finalmente chegou a uma quinta e um menino ficou muito contente ao vê-lo, pois não tinha com quem brincar. Os pais viram que era um macaco, mas o Harry disse:
- Eu Nené! Eu Harry!
Então eles decidiram levá-lo de carro à cidade para que um médico amigo deles o visse. O doutor, como estava um pouco embriagado, disse-lhes que era um menino. Ao voltar, a casa o pai disse se ele era realmente uma criança então tinha que trabalhar muito. O Harry não se importava de trabalhar, só queria ser como eles, mas começou a reparar que o pai tratava dele com muita dureza.
O menino brincava sempre com o Harry, mas um dia o macaco sem querer arranhou o menino. E então o pai bateu-lhe e mandou-o ir dormir para o estábulo. Harry não entendia o porquê de eles o tratarem assim, mas um dia a sua sorte mudou, o médico foi lá a casa e disse que afinal tinha-se enganado e que, na realidade não era um menino mas sim um macaco.
A partir daí, começaram a tratar o Harry melhor e não quiseram que ele voltasse a trabalhar e até lhe deram o melhor quarto. O Harry já podia brincar e partir móveis que os pais não se importavam achavam natural. Para eles era o rei da casa. Mas o Harry não entendia nada. Quando o achavam uma criança maltratavam-no e quando souberam que afinal era um macaco tratavam-no com carinho. Na verdade, era melhor continuar a ser um animal entre os homens. Então decidiu voltar à selva.
E deixando as suas roupas, resolveu regressar ao seu mundo animal. Já não pensava o mesmo dos homens.